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5 razões para entender por que a tecnologia blockchain pode promover a inclusão financeira

Published on: 15 Junho, 2019

Ao pensar sobre a tecnologia blockchain, muitas vezes as pessoas tendem a pensar apenas em criptomoedas, tokens e financiamento colaborativo por meio de ativos digitais. No entanto, essas são apenas expressões de uma tecnologia que tem o potencial de transformar vários setores e organizações. Assim como a Internet, a tecnologia blockchain tem a capacidade de transformar a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo ao gerar um impacto social. Nesse contexto, a tecnologia blockchain está sendo explorada por muitas empresas ao redor do mundo e em diferentes setores, como saúde, educação, gestão da cadeia de suprimentos, seguros, finanças e doações, entre muitos outros.

Hoje, uma característica crucial da tecnologia blockchain é sua capacidade de oferecer serviços financeiros para pessoas sem conta em banco. Segundo o Banco Mundial, quase metade do mundo vive com menos de US$ 5,50 por dia. Se considerarmos apenas como o PIB é distribuído per capita na Índia ou na África, a situação é no mínimo desesperadora. Além disso, ao analisar o relatório sobre a mudança da riqueza das nações a partir de 2018, os resultados mostram que uma grande parte da riqueza privada em todo o mundo está se tornando cada vez mais concentrada em menos mãos. Muitas pessoas que não têm acesso ao crédito vivem em áreas rurais extremamente pobres, onde não há acesso direto a serviços bancários. Além disso, elas geralmente não têm um histórico de crédito, portanto podem não ser aceitas ou receber crédito do sistema financeiro legado.

Em um cenário complicado como esse, como a tecnologia blockchain pode promover a inclusão financeira entre os que realmente precisam dela?

1 – Reduzindo os custos, uma vez que a tecnologia blockchain pode ajudar pessoas de todo o mundo a gastar e trocar dinheiro de forma mais rápida e a custos mais baixos. As criptomoedas podem eliminar a intermediação, responsável por manter as taxas em patamares elevados. A população dos países ricos com acesso a instituições financeiras geralmente não precisa de serviços de remessa, mas esses serviços são usados ​​constantemente pelos mais vulneráveis, que muitas vezes se deparam com taxas exorbitantes.

2 – A tecnologia blockchain poderia ser usada para fornecer transparência aos gastos públicos do governo que deveriam ser alocados para projetos de inclusão financeira. Ao fornecer rastreabilidade sobre como os fundos são efetivamente distribuídos e utilizados, a tecnologia blockchain poderia contribuir drasticamente com o processo, eliminando situações típicas, como corrupção e desvios de fundos.

3 – A população sem conta em banco muitas vezes não tem documentos de identidade, pois não tem como pagar por eles. As identidades baseadas em blockchain não exigiriam a documentação legada típica e permitiriam que bilhões de pessoas se tornassem facilmente identificáveis ​​em um blockchain público. Isso abriria toda uma nova gama de possibilidades para os bancos comerciais, já que o histórico de crédito poderia ser facilmente vinculado a um blockchain, permitindo que pessoas sem conta em banco acessassem os serviços financeiros. O Banqu está ajudando nesse processo, permitindo a criação de perfis digitais pessoais compostos por diferentes registros de atividades pessoais e financeiras. Esses perfis podem ser amplamente aceitos pelas instituições financeiras como informações legítimas de identificação.

4 – Ao executar transações de forma segura, automatizada e descentralizada, os custos de intermediação cobrados na solicitação de um empréstimo ou no envio de uma transferência poderiam ser reduzidos drasticamente.

5 – A tecnologia blockchain também pode reduzir os tempos de liquidação e eliminar o tratamento de erros, fornecendo rastreamento em tempo real das transações sem problemas com gastos duplicados.

Os blockchains descentralizados e públicos sempre fornecerão uma estrutura para permitir a inclusão financeira, mas os atores tradicionais do sistema financeiro também participarão do processo, pois há incentivos claros. De acordo com um relatório do Banco Mundial, a receita gerada pelos bancos até 2020 dentro de mercados emergentes pode chegar a US$ 380 bilhões. Além disso, o relatório menciona que a tecnologia blockchain poderia reduzir os custos de infraestrutura dos bancos atribuíveis a pagamentos transfronteiriços, negociação de títulos e conformidade regulatória na faixa de US$ 15 a 20 bilhões por ano até 2022. Se acrescentarmos o fato de que (de acordo com o relatório), mesmo em países de baixa renda, a adoção da tecnologia móvel é superior a 50%, os aplicativos móveis que interagem diretamente com a tecnologia blockchain podem gerar um afluxo maciço de novos clientes.

E quanto aos inconvenientes? Eis alguns que podem retardar o processo de adoção maciça da tecnologia blockchain para inclusão financeira:

1 – Segurança e privacidade para identidades: Independentemente do uso de blockchains públicos ou autorizados, a segurança de dados será de suma importância e é um tópico amplamente investigado por especialistas em blockchain.

2 – Status regulatório: A regulamentação governamental será necessária para os atores tradicionais se interessarem em jogar o jogo. Atores não tradicionais sempre representarão uma opção interessante para qualquer pessoa interessada em explorar a tecnologia blockchain, mas parte da população sem conta em banco preferiria o apoio de atores financeiros tradicionais.

3 – Adoção generalizada: A tecnologia blockchain exigirá que usuários e empresas se adaptem a uma nova tecnologia na qual a curva de aprendizado pode ser lenta para os recém-chegados, tanto do setor privado quanto do público.

4 – Custos iniciais: Como analisamos acima, a tecnologia blockchain poderia gerar um grande influxo de novas receitas, mas altos custos de implementação poderiam retardar consideravelmente o processo para os bancos comerciais. No entanto, as opções descentralizadas e públicas estarão sempre disponíveis para a população sem acesso a serviços bancários.

Na RSK, estamos trabalhando com diferentes parceiros para promover a inclusão financeira e o acesso ao crédito para pessoas sem conta em banco. Circles of Angels, Givetracke Blockchain for Humanity são bons exemplos de como estamos ajudando pessoas em todo o mundo por meio da tecnologia blockchain.